Resenha #15: A Pirâmide Vermelha - As Crônicas dos Kane - Rick Riordan

, em terça-feira, 22 de novembro de 2011 ,
Editora: Intríseca
Ano: 2010
Páginas: 445

Sinopse (Skoob)
Desde a morte de sua mãe, Carter e Sadie viveram perto de estranhos. Enquanto Sadie viveu com os avós, em Londres, seu irmão viajava pelo mundo com seu pai, o egiptólogo brilhante, Dr. Julius Kane.

Uma noite, o Dr. Kane traz os irmãos juntos para uma experiência de “pesquisa” no Museu Britânico, onde ele espera para acertar as coisas para sua família. Ao contrário, ele liberta o deus egípcio Set, que expulsa-lo ao esquecimento e forças das crianças a fugir para salvar suas vidas.

Logo, Sadie e Carter descobre que os deuses do Egito estão acordando e, o pior deles – Set – tem a sua visão sobre o Kanes. Para detê-lo, os irmãos embarcam em uma perigosa viagem em todo o mundo – uma busca que traz os cada vez mais perto da verdade sobre sua família e seus vínculos com uma ordem secreta que existiu desde o tempo dos faraós.



Com o anúncio da série de “As Crônicas dos Kane”, leitores de todo o mundo se perguntaram como Rick Riordan iria trabalhar uma nova série que traria novamente o padrão: “deuses antigos no mundo moderno”? Todo um universo ancestral e rico do Egito proporcionou um largo arcabouço para o desenvolver da história, mas que teve que ser orquestrado com habilidade por Rick para tomar o devido corpo e criar a identidade da série.

A história é genialmente narrada por Carter e Sadie Kane, em uma gravação. Isso mesmo, possivelmente um radinho com um microfone. O revezamento dos narradores/personagens dinamiza a leitura. Ambos comentam e fazem hilárias interferências enquanto o outro faz seus relatos.

Os dois irmãos não têm praticamente nada em comum, “a não ser o fato de terem os mesmos pais”.
Desde a morte de sua mãe, sem muitas explicações Carter passa a viver com o pai, o renomado egiptólogo Julius Kane, viajando pelo mundo, em incessantes pesquisas, palestras, visitas e escavações. Por esse motivo Carter não frequentara escola, tudo que aprendeu foi através dos livros e ensinamentos de seu pai - como se o preparasse para viver com o mínimo necessários em situações extremas.
Sadie, ao contrário de Carter, não tinha feições latinas/africanas. Com uma personalidade rebelde, despojada e cheia de si, vive com os avós em Londres e leva a vida de uma adolescente normal. Este impasse interno dos irmãos, no que se refere à visão da vida do outro é um dos destaques do livro: Sadie imagina como seria viver com seu pai, enquanto Carter indaga como seria ter uma vida “normal”.

Em um ‘dia de visita’ (uma das únicas duas datas do ano que o trio Kane passa junto), Prof. Julius os leva para o British Museun, e não é para uma simples visita (não que os garotos soubessem disso). Com atitudes estranhas [formas cintilantes e símbolos fluorescentes] Julius Kane simplesmente explode a histórica Pedra Roseta. Estranhas pessoas (e criaturas) aparecem, sequestram seu pai e a partir daí a vida dos irmãos nunca mais foi a mesma.

Os jovens irmãos-nada-a-ver descobrem que são magos, têm sangue de faraós nas veias, e pertencem a uma linhagem extremamente rara: seus pais são descendentes de duas poderosas famílias de magos egípcios que desobedeceram umas das ordens mais sérias da Casa da Vida (uma ordem secreta que perdura desde os tempos antigos) - de não libertar deuses. [não me perguntem por que o casal Kane fez isso u.u] Por esse motivo, são caçados pela mesma na incrível jornada de resgate de seu pai, onde descobrem que há muito mais em jogo, e os perigos são muito maiores do que eles mesmo imaginam, não para eles, mas para todo o mundo.

Uma ajuda (divina) direta se dá pela deusa dos felinos, Bastet [que por 6 anos foi Muffin, gatinho de estimação de Sadie]. Nisso os irmãos precisam se unir e congregar TODOS os magos para trabalharem juntos contra o que estar por vir. Além de lidar com seus novos poderes e os deuses Hórus e Ísis, que agora habitam o corpo de Carter e Sadie, respectivamente.

A história é frenética. Regada com momentos introspectivos, ação e humor. Rick Riordan soube mais uma vez introduzir uma saga com grandeza e autenticidade. Ao contrário do que muitos pensaram, a série egípcia admite a coexistência da mitologia grega [série Percy Jackson e os Olimpianos].

"Amós franziu a testa e olhou para o Empire State.
-Manhattan tem outros problemas, outros deuses. É melhor mantermos tudo separado"
(pág 53)

Faço questão de fazer menção ao quanto se torna prazeroso ler um mesmo acontecido da história dos pontos de vista distintos dos irmãos.

Muito além do padrão “crianças com super poderes”, a série 'As Crônicas dos Kane' é uma enredo maduro e que vale a pena ser lido pelo brilhantismo pelo qual foi escrito, e não menos importante pela quantidade de história antiga que se é capaz de aprender (ou relembrar). =]

@LuisHenriqueNTA

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