#80: Cordeluna - Élia Barceló

, em sexta-feira, 27 de julho de 2012 ,
Editora: Biruta
Páginas: 310
Ano: 2011

Sinopse (Skoob):
Mil anos atrás, uma história de amor foi interrompida pela desgraça e uma maldição. Um poder tão maligno que tinha conseguido dominar seus espíritos geração após geração. E enquanto isso, os apaixonados esperam... condenados a se reencontrar e voltar a se perder por culpa do ciúme e do ódio. O cavaleiro e a dama. O guerreiro e a donzela. Até que talvez um dia, talvez em nossa época, séculos depois, um poder superior e benigno consiga pôr um fim ao malefício. Apaixonante novela que combina história e fantasia, amor e maldade, bruxaria e religião, criada pela escritora Élia Barceló, conhecida como a “Dama Negra” da literatura espanhola, ganhadora em duas oportunidades do Prêmio Edebé de Romance Juvenil. A história se passa na Idade Média e é muito bem retratada no livro, que destaca costumes e valores da época. As sangrentas guerras entre muçulmanos e cristãos pela expansão e posse de seus domínios. No posfácio, a editora explica os diferentes períodos da História e descreve a fascinante personalidade de El Cid.


Sancho é um guerreiro nos idos do século XI, filho de fidalgos simples e servidor fiel de Dom Rodrigo. Sua vida é servir seu senhor com honra e batalhar com e para ele. Depois de o senhor ser desterrado pelo Rei Alfonso, Sancho segue Dom Rodrigo ao exílio, onde eles continuam batalhando e conquistando terras na intenção do perdão real.
Após algumas conquistas, Sancho acompanha outros homens de Dom Rodrigo à corte em Leão para presentear o Rei com parte dos espólios de batalha. Há em Sancho a perspectiva de encontrar-se com Dona Brianda, dama que lhe chamou atenção em sua visita anterior à corte. Chegando lá, ele conhece Guiomar, jovem condessa, e por ela se apaixona perdidamente.
A história de amor desses jovens não será fácil, pois as regras sociais da Idade Média não permitem que um simples guerreiro sem terras ou título una-se a uma jovem dama da corte.

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Em pleno século XXI, um grupo de jovens passará alguns meses em um antigo mosteiro transformado em hospedaria trabalhando na montagem de uma peça teatral e de um documentário sobre a história de Dom Rodrigo Díaz, o Campeador – importante figura da Idade Média.
Isolados das tecnologias, usando roupas de época e longe de família e amigos, Sérgio e Glória se apaixonam em meio a ensaios, oficinas e sonhos estranhos que os remetem a outra época e a uma história de amor que não acabou bem.
Unindo-se a alguns amigos, antes desconhecidos, esses jovens terão que desvendar os mistérios escondidos no antigo mosteiro de San Salvador de Los Cerros e assim, dar paz às almas de viventes do século XI que se envolveram em uma malfadada história de um casal que se amou além da vida.

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O livro ambientado na Espanha trata de duas épocas completamente distintas: uma em que a Espanha que conhecemos ainda era formada pelos reinos de Leão e Castela e homens e mulheres quase não se olhavam às vistas de todos; e outra em que, na Espanha de hoje, os jovens dormem em quartos próximos e sem trancas nas portas.
É perceptível, durante a leitura de Cordeluna, que Élia Barceló fez uma pesquisa histórica para que a ambientação e os fatos narrados fossem o mais verdadeiros possível. A forma culta de falar da antiguidade está presente, assim como a informalidade contemporânea.
A diagramação com a ausência de capítulos e a troca constante do século XI para o XXI e de volta mantém o leitor conectado ao livro e imerso nas duas histórias de amor e amizade que se desenvolvem simultaneamente em suas páginas.
Além disso, há – durante todo o tempo – um clima de medievalismo, tanto na letra que marca o início de cada parte da história, quanto nas gravuras que aparecem em alguns momentos da narrativa e também no local onde os personagens do século XXI estão.
O meio que Élia encontrou para conectar passado e presente me deixou encantada. Os personagens simples e reais também me envolveram. A narrativa descomplicada, apesar das palavras medievais usadas, fez com que minha leitura fluísse rápida e sem sobressaltos.
Obrigada ao blog Fluffy que organizou o book tour de Cordeluna e me propiciou a leitura de uma história tão singela. Indico a todos que gostam de romance!

Nota: 4,5/5.


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