#89: Cotoco - John van de Ruit

, em quarta-feira, 22 de agosto de 2012 ,

Editora: Intrínseca
Páginas: 392
Ano: 2012

Sinopse (Skoob):

África do Sul, 1990. Dois grandes eventos estão prestes a acontecer: a libertação de Nelson Mandela e, o que para o garoto John Milton é ainda mais importante, o início das aulas no internato. Cercado por pais no mínimo lunáticos, uma avó gagá e colegas de dormitório para lá de estranhos (com apelidos do tipo Lagartixa, Rambo, Rain Man e Cachorro Doido), John (que graças a suas partes íntimas pouco desenvolvidas é debochadamente apelidado de Cotoco) faz o que pode para se adaptar - e tudo indica que não será fácil. Munido apenas da própria perspicácia e de um diário, Cotoco vive uma série de situações bizarras e divertidas: de mergulhos proibidos no meio da madrugada a acirrados campeonatos de críquete, passando pela caça ao fantasma de um professor e por catastróficas férias em família. E é nas páginas de seu diário que acompanhamos o peculiar - e sobretudo engraçadíssimo - funcionamento da mente de um garoto de 13 anos ao descobrir a vida, a amizade... e a pluralidade da fauna humana.





Em quantas encrencas oito garotos de 13, 14 anos podem se meter? Eu não sei bem, mas são muitas!
Em Cotoco, oito jovens adolescentes – na verdade pré-adolescentes, já que eles vivem em 1990 e não são precoces como as crianças de hoje – estudam num internato na África do Sul e vão aprontar poucas e boas indo banhar de madrugada na represa; desvendando os mistérios por trás do enforcamento de um professor anos atrás e explorando a cripta da capela do campus.
Além de tudo isso, eles acompanham as mudanças políticas pelas quais o país passa no ano de 1990, com a libertação de Nelson Mandela e o fim do Apartheid. E, para completar, terão que formar um time de amigos unidos para se defender de uns idiotas da mesma ala deles.
John Milton, o protagonista da história, narra todos os acontecimentos em seu diário: como sua família é maluca e o faz passar muita vergonha – deixando a leitora que vos fala com vergonha alheia e pena do garoto; como seus colegas de dormitório são doidos, cada um a sua maneira, e muito peculiares deixando bem claras as diferenças apesar da grande amizade; e ainda tem a peça da escola e os treinos e jogos de críquete.
Enfim, a vida de Johnny e seus amigos – os Oito Loucos, como são conhecidos na escola – é como a vida de qualquer criança saudável, (tirando o Lagartixa e o Rain Man que visitam bastante a enfermaria do colégio...) com muitas brincadeiras e as primeiras descobertas com relação ao amor.

Não há uma passagem de Cotoco – O diário perversamente engraçado de um garoto de 13 anos que seja menos que ótima! Sejam as partes embaraçosas, os relatos das atividades diárias ou as partes tristes, tudo é demais! E totalmente verossímil às peripécias de um grupo de garotos inconsequentes comandados por jovens destrambelhados e vigiados por professores mais malucos que todos os outros.
Os pais e a avó do Johnny merecem o Oscar de família mais pirada do mundo literário. E o Milton ainda ganhou meu respeito por, além de aturar a família, ler e adorar O Senhor do Anéis. ^^
John van de Ruit merece os parabéns por escrever um livro tão verdadeiro, tanto na conduta dos personagens quanto no enquadramento histórico à época da narrativa. Além de montar um protagonista e coadjuvantes tão cativantes.
Indico a obra para todo mundo! Adultos e crianças, meninos e meninas.

Nota: 5/5 – vai para a categoria dos queridinhos. ;)

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