Páginas: 384
Ano: 2012
Sinopse (Skoob):
Londres, 1960. Ao acordar em um hospital após um acidente de
carro, Jennifer Stirling não consegue se lembrar de nada. Novamente em casa,
com o marido, ela tenta sem sucesso recuperar a memória de sua antiga vida. Por
mais que todos à sua volta pareçam atenciosos e amáveis, Jennifer sente que
alguma coisa está faltando. É então que ela descobre uma série de cartas de
amor escondidas, endereçadas a ela e assinadas apenas por “B”, e percebe que
não só estava vivendo um romance fora do casamento como também parecia disposta
a arriscar tudo para ficar com seu amante. Quatro décadas depois, a jornalista
Ellie Haworth encontra uma dessas cartas endereçadas a Jennifer durante uma
pesquisa nos arquivos do jornal em que trabalha. Obcecada pela ideia de reunir
os protagonistas desse amor proibido — em parte por estar ela mesma envolvida
com um homem casado —, Ellie começa a procurar por “B”, e nem desconfia que, ao
fazer isso, talvez encontre uma solução para os problemas de seu próprio
relacionamento. Com personagens realísticos complexos e uma trama
bem-elaborada, A última carta de amor entrelaça as histórias de paixão,
adultério e perda de Ellie e Jennifer. Um livro comovente e irremediavelmente
romântico.
Ellie Haworth é uma jovem jornalista que se apaixonou por um homem casado. Seu jornal está mudando de endereço e Melissa, editora chefe das reportagens especiais, pede que ela vá ao arquivo e descubra alguma preciosidade que sirva para comemorar as mudanças. É quando Ellie acha a carta de B. para sua amada. Em 1960, Jennifer Stirling está se recuperando de um grave acidente de carro e sofre de amnésia - não se lembrando do marido e de muitos outros fatos de sua vida. É muito estranho estar voltando para uma vida da qual ela não tem nenhuma recordação.
A última carta
de amor é, no mais puro sentido da palavra, romance. Acompanhamos as histórias
de duas mulheres em meio a traições a casamentos. Jennifer é casada e se
envolve com um homem divorciado, Ellie se envolve com um homem casado.
A estrutura do livro é bem interessante: há o prólogo e os capítulos se
dividem em 3 partes. No prólogo vemos Ellie encontrar a carta de amor nos
arquivos do jornal Nation, onde trabalha. Essa carta leva à primeira parte que
narra a história de Jennifer: de como ela conheceu e se apaixonou por B e de
como o esqueceu depois de um terrível acidente de carro. A segunda parte
continua a contar a história passada nos idos da década de 1960 e vemos o
reencontro de Jenny e B. A terceira parte é a volta ao presente e aí
acompanhamos o romance de Ellie e John, enquanto ela tenta descobrir e
reconstruir a história do casal de quarenta anos atrás.
O foco é nas duas mulheres, mas a história contada em terceira pessoa
permite ao leitor ter uma percepção dos sentimentos dos demais personagens. Quando
estamos com Ellie, o tempo verbal usado é o presente; quando acompanhamos
Jennifer em suas dúvidas oriundas da moralidade da sociedade de 60, o tempo
verbal é o pretérito. Um cuidado tomado pela autora que me deixou ainda mais encantada
com o livro.
A edição em si – capa e passagens de um capítulo ao outro – é primorosa
e de uma adequação que, mais uma vez, me deixou encantada com a obra.
Eu não quero falar muito mais da história em si, pois toda a construção
da narrativa faz o leitor conjecturar sobre o que está por vir e o que pode ter
acontecido que levou às ações posteriores dos personagens; quem é B; qual a
importância dos arquivistas na parte sobre Ellie.
O que posso dizer sem medo é que as duas mulheres centrais são
admiráveis e fortes; que trair é sim errado e que não há justificativas para
tal atitude senão o amor que surge inesperadamente. Mas a culpa não é só das
mulheres, os homens – Laurence, Anthony e John – também tem parcela nos atos
que levaram às traições e às mudanças na vida de todos.
O eixo de ambas as histórias é o Nation e, por mais que as histórias
pareçam se afastar dele, acabam voltando por um motivo ou outro à sua redação.
Para fechar:
Jennifer tem uma vida segura, estável e feliz com seu marido, a
anfitriã perfeita e encantadora. Ela se apaixona e seu mundo se transforma,
enche de incertezas e de emoções a flor da pele.
Ellie não está muito bem no trabalho por conta do estresse da vida
pessoal, que tem sugado sua energia e vitalidade. Encontra antigas cartas de
amor, busca por uma história que parece com a sua e vai recobrando aos poucos a
direção de sua vida.
Dúvidas de que eu indico?
Nota: 5/5 (declarado como favorito quando, a algum tempo, os romances
não me absorviam tanto).
Camila Araújo