Editora: Martin Claret
Páginas: 301
Ano: 2012
Sinopse (Skoob):
A Abadia de Northanger é considerado um dos trabalhos mais
ligeiros e divertidos de Jane Austen. De fato, para além dos ambientes
aristocráticos da fina-flor inglesa do século XVIII, encontramos aqui uma certa
dose de ironia, sátira e até comentário literário bem-humorado.
Catherine Morland é porventura a mais estúpida das heroínas
de Austen. A própria insistência no termo “heroína” ao longo da obra e a
constatação recorrente do quão pouco este epíteto se adequa à personagem
central fazem parte da carga irónica da história. E se Catherine é ingénua para
lá do que seria aceitável, e o seu amado Henry a personificação de todas as
virtudes masculinas mais do que seria saudável, a perfídia dos maus da fita -
amigos falsos, interesseiros e fúteis – não lhes fica atrás no exagero. Tudo
isto seria deveras irritante não fora o tom divertido com que Austen assume ao
longo das duas partes que constituem este livro o quão inverossímeis são as
suas personagens…
Acrescente-se a paródia do romance gótico e do exagero em que
induz as suas leitoras, e uma crítica inteligente aos críticos que acusam o
romance de ser fútil e “coisa de mulheres”, e temos uma interessante historieta
de amor, escrita com bastante graça e capaz de ultrapassar a moralidade caduca
que nos habituámos a esperar da pena de Jane Austen.
Catherine Morland
é uma jovem moça do interior, Fullerton, que cresceu ajudando os pais a
cuidarem dos irmãos mais novos e, aos 17 anos, tem a oportunidade de – pela primeira
vez – viajar para uma cidade grande, Bath, com um casal de amigos dos pais. Essa
viagem será sua chance de conhecer a sociedade inglesa de fato, já que em
Fullerton ela nem saia muito de casa.
Em Bath,
acompanhada da Sra. Allen, Catherine conhece a família Thorpe e logo faz
amizade com Isabella, a moça mais velha, e elas se tornam inseparáveis. Rapidamente
as moças descobrem que James, irmão mais velho de Catherine, faz faculdade com
John, irmão mais velho de Isabella, e isso une ainda mais as duas.
Outra pessoa que
chama de imediato a atenção de Catherine em Bath é o jovem Henry Tilney, um
rapaz encantador que gosta de livros e teatro e com quem a srta. Morland
conversa com muito prazer, ficando mais e mais encantada por ele a cada palavra
dita.
Deixando as
pessoas que Catherine conhece de lado e falando de suas experiências, além de
conhecer e passar várias semanas em Bath aproveitando os bailes e espetáculos
de teatro, a jovem tem a oportunidade de conhecer a Abadia de Northanger, que
pertence à família de um de seus novos amigos e ela a aproveita, chegando a
passar algumas semanas na construção antiga que inspira vários de seus sonhos.
Catherine é
incrivelmente ingênua, ao ponto de não perceber maldade em ninguém e ser
enganada por vários atos de pessoas que ela logo considera grandes amigos. Mas ela
também é criativa, característica alimentada pelos romances que gosta de ler. É
também justa e leal, o que a torna uma personagem cativante apesar de toda a
ingenuidade que seria um grande problema.
A narrativa em si
é divertida e cheia daqueles momentos “como ela pode não perceber isso?!” e “Catherine,
por favor, enxergue o que está na sua frente!”. Também tem momentos fofos e
várias tiradas sarcásticas de Jane Austen que valem muito a pena!
É o segundo livro
que leio da autora e estou cada vez mais apaixonada por suas histórias,
quero muito os demais livros de Jane Austen, principalmente se for nessa edição
especial linda da Martin Claret.
Nota: 4/5.
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