#152: A Abadia de Northanger - Jane Austen

, em segunda-feira, 27 de maio de 2013 ,
Editora: Martin Claret
Páginas: 301
Ano: 2012

Sinopse (Skoob):
A Abadia de Northanger é considerado um dos trabalhos mais ligeiros e divertidos de Jane Austen. De fato, para além dos ambientes aristocráticos da fina-flor inglesa do século XVIII, encontramos aqui uma certa dose de ironia, sátira e até comentário literário bem-humorado.
Catherine Morland é porventura a mais estúpida das heroínas de Austen. A própria insistência no termo “heroína” ao longo da obra e a constatação recorrente do quão pouco este epíteto se adequa à personagem central fazem parte da carga irónica da história. E se Catherine é ingénua para lá do que seria aceitável, e o seu amado Henry a personificação de todas as virtudes masculinas mais do que seria saudável, a perfídia dos maus da fita - amigos falsos, interesseiros e fúteis – não lhes fica atrás no exagero. Tudo isto seria deveras irritante não fora o tom divertido com que Austen assume ao longo das duas partes que constituem este livro o quão inverossímeis são as suas personagens…
Acrescente-se a paródia do romance gótico e do exagero em que induz as suas leitoras, e uma crítica inteligente aos críticos que acusam o romance de ser fútil e “coisa de mulheres”, e temos uma interessante historieta de amor, escrita com bastante graça e capaz de ultrapassar a moralidade caduca que nos habituámos a esperar da pena de Jane Austen.


Catherine Morland é uma jovem moça do interior, Fullerton, que cresceu ajudando os pais a cuidarem dos irmãos mais novos e, aos 17 anos, tem a oportunidade de – pela primeira vez – viajar para uma cidade grande, Bath, com um casal de amigos dos pais. Essa viagem será sua chance de conhecer a sociedade inglesa de fato, já que em Fullerton ela nem saia muito de casa.
Em Bath, acompanhada da Sra. Allen, Catherine conhece a família Thorpe e logo faz amizade com Isabella, a moça mais velha, e elas se tornam inseparáveis. Rapidamente as moças descobrem que James, irmão mais velho de Catherine, faz faculdade com John, irmão mais velho de Isabella, e isso une ainda mais as duas.
Outra pessoa que chama de imediato a atenção de Catherine em Bath é o jovem Henry Tilney, um rapaz encantador que gosta de livros e teatro e com quem a srta. Morland conversa com muito prazer, ficando mais e mais encantada por ele a cada palavra dita.
Deixando as pessoas que Catherine conhece de lado e falando de suas experiências, além de conhecer e passar várias semanas em Bath aproveitando os bailes e espetáculos de teatro, a jovem tem a oportunidade de conhecer a Abadia de Northanger, que pertence à família de um de seus novos amigos e ela a aproveita, chegando a passar algumas semanas na construção antiga que inspira vários de seus sonhos.

Catherine é incrivelmente ingênua, ao ponto de não perceber maldade em ninguém e ser enganada por vários atos de pessoas que ela logo considera grandes amigos. Mas ela também é criativa, característica alimentada pelos romances que gosta de ler. É também justa e leal, o que a torna uma personagem cativante apesar de toda a ingenuidade que seria um grande problema.
A narrativa em si é divertida e cheia daqueles momentos “como ela pode não perceber isso?!” e “Catherine, por favor, enxergue o que está na sua frente!”. Também tem momentos fofos e várias tiradas sarcásticas de Jane Austen que valem muito a pena!
É o segundo livro que leio da autora e estou cada vez mais apaixonada por suas histórias, quero muito os demais livros de Jane Austen, principalmente se for nessa edição especial linda da Martin Claret.


Nota: 4/5.

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