Olá, olá, graças a Deus, sabem quem eu sou? Não, né, okay, releva, vamos pra review.
Faz um tempo, fiz uma carta de amor disfarçada de review no artigo Do Livro Para a Telona do filme Como Treinar o Seu Dragão. Dessa vez, não dá para fazer uma coluna Do Livro Para a Telona, porque o filme não tem mais quase nada a ver com os livros, mas preciso DEMAIS falar sobre Como Treinar o seu Dragão 2. DreamWorks, mais uma vez, acertou em cheio.
Como Treinar o seu Dragão 2 (2014) - DreamWorks |
Quem já leu a minha já mencionada poesia-romântica-sqn sobre o primeiro filme ou já leu os livros, deve estar ciente de que a primeira adaptação dos livros da mestra Cressida Crowell muda muita, muita coisa da obra original e, ainda assim, é uma adaptação cativante da essência da história. Definitivamente um dos meus filmes favoritos e uma das coisas que eu assisto sempre que preciso melhorar meu humor ou me sentir bem. É um daqueles filmes que a gente coloca na lista de Feel Good. Recomendo que todo mundo assista essa história antes de morrer.
Sabendo disso, é compreensível sentir receio de continuações. Quero dizer, olha só o que fizeram com quase todos os filmes da Disney quando inventaram de fazer novos filmes de um sucesso anterior. Aliás, o único movie "continuação" que eu acho melhor que o primeiro é Exterminador do Futuro 2, e olhe lá. Então, estava apreensiva sobre Como Treinar o Seu Dragão 2 e, para piorar minha ansiedade, só consegui assistir o filme nesse Domingo passado. Fiz questão, aliás, de assistir o filme dublado, porque o trabalho da equipe brasileira no primeiro filme foi maravilhoso e conseguiu minha fidelidade.
Pouco mais de uma hora depois de entrar no cinema, saí de lá com um sorriso na cara e os olhos inchados de chorar. Pois é.
Adianto que Como Treinar o Seu Dragão 2 não é melhor que o primeiro filme e o Arnold Schwarzenegger continua invicto no rol de filmes que superaram a sombra de seus predecessores. Pode dizer "Hasta la vista, Baby", Arn.
Isso não quer dizer que o filme não é bom, muito bom, tudo de bom. É, sim. A animação está incrível e, ao invés de atrapalhar e jogar informação demais para o telespectador como muitos filmes que usam computação gráfica tem feito cof Transformers 4 cofcof, ela impressiona, encanta e continua focando no que é importante: os vikings e os dragões.
Uma coisa que me deixou muito satisfeita foi o amadurecimento dos personagens através dos novos character designs: o Stoico ganhou uma barba rajada de mechas mais claras; Astrid, o exemplo da adolescente revoltada com a vida com o cabelo cobrindo metade do rosto e os gritos de irritação quando as coisas não seguiam seus planos, cresceu na imagem da moça bonita e confiante que ela prometia se tornar. Até a franja saiu do meio da cara, olha só.
Os demais adolescentes amigos de Soluço também ficaram mais altos, ganharam barbas e, bem, continuam os mesmos. Senti como se estivesse voltando para casa quando vi o Perna de Peixe falando com a mesma cadência mansa e paciente do filme anterior. Senti mais satisfação ainda quando os gêmeos começaram a declamar aprovação por dor e violência.
E o Soluço. Uma salva de palmas para todos os envolvidos no character design do Soluço, porque, mais uma vez, acertaram em cheio. O menino ficou mais alto e mais adulto, com barba e alguns músculos a mais, mas ainda é o mesmo Soluço que cativou as plateias da primeira vez. É possível reconhecê-lo pelas bordoadas sarcásticas, pela sede de aprender, pela armadura que ele inventou, cheia de bugigangas e melhoramentos de deixar qualquer engenheiro orgulhoso. Está, simultaneamente, Soluço e heroico. Fizeram até um cosplay muito épico no DeviantArt, saca só:
Cosplay de Liui Aquino. |
Acho que vou para Ásia atrás desse cara. Ahem.
Quem não mudou nada e continua a coisinha mais fofa, mais cuti-cuti, o melhor dragão de todos no universo, é o Banguela. O bichinho não fala nada e é um dos personagens mais expressivos do filme em cada movimento que faz, seja coçar o sovaco ou fazer carinha de Gato-de-Botas para o companheiro. A música, também, prossegue sendo linda e apropriada. Aliás, muitas faixas parecem beber da fonte dos temas principais do filme anterior, inclusive a música tema, cantada por Jónsi e com arranjo do John Powell. Aliás, para quem assistir em inglês, tem uma cena onde o Gerard Butler CANTA. Issaê, sintam o flashback de Fantasma da Ópera em suas almas.
O filme se passa seis anos depois da primeira história, o que significa que os personagens mais jovens têm vinte anos, agora. Berk, nesse ínterim, tornou-se uma ilha de cavaleiros de dragão: as casas e cavernas do local estão adaptadas para abrigar os répteis, que são alimentados livremente pelos vikings e adotados pelas famílias da vila. Estão tão integrados aos moradores de Berk que são até parte das competições populares dos aldeões. Tudo isso é passado ao telespectador nos primeiros dez minutos do filme, em uma sequência hilária envolvendo ovelhas e a disputa entre Melequento e Perna de Peixe pelas atenções de Cabeça Dura. Quente. Dura? Sempre confundo os gêmeos.
Logo depois disso, somos apresentados ao conflito emocional primário da história: Soluço, apesar de ser o herói da vila, admirado por todos, se recusa a aceitar que seu pai, Stoico, pretende passar a liderança de Berk para o rapaz. Pena que ele não tem tempo para remoer demais esse medo da responsabilidade, porque logo aparecem uns vikings caçadores de dragão - que querem capturar dragões para o vilão da história - um cavaleiro de dragão misterioso, estilo Corredor X do Speed Racer - que quer proteger os dragões - e um cara super barra pesada que está formando um EXÉRCITO de dragões sob seu comando - e que quer subjugar todo mundo, é claro.
O filme é cheio de ação, cenários incríveis, piadinhas hilárias, o Sarcasmo do Soluço™ e muitos dragões fofos sendo fofos com seus humanos de estimação. Também tem um Momento Filme de Criança da Disney™, que foi a parte em que eu chorei por dez minutos e só parei depois de umas cinco piadas consecutivas.
Aí você me pergunta: por que esse filme que te empolgou tanto não superou o anterior?
É simples: apesar de maravilhoso, o segundo filme perdeu o caráter intimista do primeiro, que centrava na construção da amizade entre Soluço e Banguela. Neste filme, o foco não se concentra no menino com seu dragão; a história se abre para aumentar o universo do primeiro filme, mostrando novas raças de dragão, novas informações sobre o comportamento deles e expandindo a noção de mundo para além de Berk. Isso não é ruim, é claro, só diminuiu a intensidade do sentimento de empatia.
Independente disso, eu saí do cinema com vontade de adquirir um Banguela para mim e empolgada com a terceira continuação e com as séries animadas, que vão mudar para o Netflix na próxima temporada!
Quem quiser mais extras, informações, vídeos, trailers, etc, o site oficial é esse aqui. E esse é o Tumblr oficial.
P.S.: A autora desse post aproveitou a pesquisa das imagens que usou nele para reabastecer seu acervo de reaction gifs com coisas do tipo:
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