Editora: Novo Conceito
Páginas: 368
Ano: 2014
Sinopse (Skoob):
Giordano e Giuseppe são idênticos
na aparência, mas suas almas não poderiam ser mais diferentes. O bravo Giordano
é o capitão-chefe da Guarda Real. Giuseppe é um ator de coração puro e alegria
contagiante que viaja com sua trupe para se apresentar nas praças e castelos da
região. De caráter inflexível, Giordano tem como sua maior missão proteger o
Rei. Por sua vez, o sonhador Giuseppe deseja escrever uma peça de teatro com
diálogos, o que seria uma inovação para a época. Embora não sejam propriamente
amigos, os dois irmãos vivem uma espécie de acordo de cavalheiros, respeitando
o espaço um do outro e lidando com o delicado estado de saúde de sua mãe. Até
que a formosa Luigia acaba com a paz da família Romanelli...
Arrabal e a Noiva do Capitão nos
transporta para a incrível Nápoles do século 18, magistralmente reconstruída
por Marisa Ferrari. Uma história que resgata a magia do teatro e nos convida a
compreender a beleza que existe nas contradições.
Arrabal foi, em sua infância, Giuseppe, filho de aristocratas
de Napolés. Porém seu gosto pelos sonhos, pelo teatro, o distanciaram da
família e do irmão gêmeo. Giordano cresceu para se tornar capitão da guarda do
rei. Homem respeitado e honrado, muito querido por seu pai.
Eles não convivem há muito tempo. Nunca estão em Napolés na
mesma época. Porém, circunstâncias acontecem e prendem os dois à cidade num
mesmo período. A principal delas é Luigia, uma jovem e bela viúva, pela qual
ambos os irmãos vão se apaixonar. Qual dos dois ficará com ela é a grande
dúvida.
O livro é bom. Eu gostei dos personagens, gostei da
história, mas fiquei nisso. Só um “gostei”. Não fiquei entusiasmada, grudada na
história, nem nada. E quanto ao final – há um apêndice após o último capítulo
–, vocês bem sabem que eu adoro um epílogo, mas nesse caso, acho que tirou um
pouco da magia da história. Por mim, teria passado sem ele. (Talvez, sem ele,
tivesse até dado um quatro como nota.)
Arrabal é a representação da magia, dos sonhos, do “o que
pode ser”. Ele encanta e arrebata. Giordano, o Capitão, é a representação do
real, do “o que é”. Ele também encanta, do seu jeito, assim como a realidade
encanta a cada um. Luigia representa a pessoa normal, com suas dúvidas, desejos
e anseios, com o querer sonhos na realidade e o real no sonhar.
O que me passou o livro como um todo é que ele é isso, o
real dentro do sonho e o sonho no real. Acho que Marisa quis jogar na narrativa essa dualidade do ser humano, ou
posso estar filosofando demais algo bem mais simples. Porém, durante a maior
parte da leitura eu não via um propósito na história.
Vejam bem, a gente pega um romance e sabe que por mais
desvios que a história tenha o propósito é contar um conto de amor; se é um
livro policial, o propósito é desvendar o crime; e por aí vai. Vi que em Arrabal e a Noiva do Capitão, o
propósito era a história dos irmãos Giordano e Giuseppe, mas acontece tanta
coisa que, apesar de no fim ficar tudo bem amarradinho, achei a construção um
pouco solta.
No entanto, como já disse, eu gostei do livro. É uma leitura
leve, até fofa, que emociona um tanto, e tem um toque de magia nela – não a
magia de bruxas –, mas uma magia de sonho e foi isso que me fez gostar mais da
história.
Um ponto que não foi negativo, mas me incomodou um pouco é
que tem frases completas em italiano e francês sem uma tradução em sequência.
As italianas não foram tão problemáticas, pois a língua é próxima do português
e consegui entender pelo contexto, mas algumas frases em francês ficaram sem
entendimento e achei desnecessário o uso delas.
Nota: 3,5/5.
Escolha da San para
o GBC de Julho.
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