Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 546
Ano: 2011
Sinopse (Skoob):
O Rei do Inverno conta a mais fiel
história de Artur, sem os exageros míticos de outras publicações. A partir de
fatos, este romance genial retrata o maior de todos os heróis como um poderoso
guerreiro britânico, que luta contra os saxões para manter unida a Britânia, no
século V, após a saída dos romanos. "O livro traz religião, política,
traição, tudo o que mais me interessa," explica Cornwell, que usa a voz
ficcional do soldado raso Derfel para ilustrar a vida de Artur. O valoroso
soldado cresce dentro do exército do rei e dentro da narrativa de Corwell até
se tornar o melhor amigo e conselheiro de Artur na paz e na guerra.
Derfel Cadarn é um dos idosos irmãos do mosteiro do Bispo
Sansum, porém antes de ser um irmão, antes mesmo de ser cristão, ele foi uma
criança e jovem pagão que cresceu sob a influência de Merlin e serviu a Artur,
o Senhor das Guerras, o Rei que Nunca Existiu, o Inimigo de Deus. E é essa
história que Derfel vai narrar, a pedido de Igraine, a rainha do rei Bochavel,
que é o protetor do mosteiro. Sansum odeia Artur e Derfel diz estar escrevendo
o Santo Evangelho na língua dos saxões para que o bispo não saiba o que ele
realmente estar fazendo.
Sua narrativa começa no nascimento de Mordred, o neto do
Grande Rei Uther, o Pendragon da Britânia, quando Derfel tinha em torno de dez
anos e, sendo um dos órfãos de Merlin, morador de Ynys Wydryn, estava
encarregado de chamar Lady Morgana – filha bastarda de Uther e sacerdotisa pagã
– para ajudar no parto caso fosse necessário.
Nessa época a Britânia já se dividia em crenças com a maior
parte de seus governantes e população acreditando ainda nos Deuses Antigos, e
uma parte cada vez maior se convertendo ao Cristianismo e à crença no Deus uno.
Norwenna, a nora de Uther, era cristã, mas o Grande Rei era
pagão e queria seu neto e herdeiro criado na antiga fé. Foi assim que, após o
nascimento de Mordred, mãe e filho foram mandados para Ynys Wydryn, onde seriam
protegidos pelos homens de Uther.
Derfel sonhava em ser um guerreiro e servir a Artur, que já
tinha a reputação de grande guerreiro nessa época, e achou muito oportuna a
convivência com a guarda de Norwenna, até que Gundleus, um rei vizinho, invadiu
Ynys Wydryn e mudou a vida de todos ali. Foi uma batalha sangrenta com várias
perdas, mas Derfel e alguns outros conseguiram salvar a maior parte dos
moradores do Tor e fugiram para Caer Cadarn, a fortaleza principal do reino.
Foi lá que o destino de Derfel realmente começou, quando ele conheceu Artur,
que veio para salvar e proteger o futuro rei Mordred, e permitiu que Derfel
treinasse para ser soldado, prometendo que chegaria o dia em que ele serviria
no exército de Artur.
Quando comprei a trilogia d’As Crônicas de Artur, esperava
uma história um tanto mais próxima do que já conheço das lendas de Artur, mas
conhecendo o estilo embasado em pesquisa histórica de Bernard Cornwell não me
surpreendi ao ser apresentada a algo bem diferente. Só demorei um pouco para
parar de pensar em As Brumas de Avalon, que é a minha base para essas lendas.
rs
A verdade é que, para mim, essa é a história de Derfel e
apenas calhou de ele crescer para ser um dos amigos e conselheiros de Artur.
Kkk
E como eu adoro o Derfel! Ele é inteligente, simples e,
principalmente, leal até a medula. Leal a Merlin, a Nimue – sua melhor amiga de
infância, a Artur e a si mesmo.
Gosto muito das interações dele com Igraine no início de
cada parte da narrativa. Ela admira a mística romântica que envolve a história
de Artur e briga com Derfel quando ele é realista demais e destroça seus sonhos
românticos. (Como leitora que se envolve demais nas histórias, me identifico
demais. Kkk)
Nimue, Galahad e Sagramor são outros dos personagens que
mais gosto. Guinevere, como quase sempre, eu detesto. Artur não fede nem
cheira, essa é a verdade. E uma das coisas que me surpreendeu foi detestar
Lancelot. Eu geralmente gosto dele em qualquer história de Artur, mas nessa já
quis até meter uma lança na fuça dele em certo momento.
Agora, deixem-me avisar, se vocês nunca leram nada de
Bernard Cornwell, preparem-se para ver o sangue escorrer das páginas. Suas
descrições – que são exaustivas para alguns – são tão claras que você visualiza
o sangue espirrando de uma espetada de lança, o olho saltando da órbita de
alguém e as tripas jorrando quando uma barriga é aberta por uma espada. E como
o livro narra as batalhas para manter a Britânia unida e a salvo dos saxões e
de outros inimigos tem muita morte, sangue, saques, estupros e etc.
O livro é extremamente bem-escrito, pesquisado à exaustão e
descritivo até não poder mais. Por isso, não é qualquer um que vai gostar da
leitura, que demora um pouco para engrenar mesmo. Eu adoro livros assim, mas
não leio com frequência justamente porque são livros, de certa forma, mais
cansativos, que demandam atenção e paciência (especialmente quando você se
depara com parágrafos de página inteira).
Não prometo nada, mas talvez eu leia o resto da trilogia
ainda esse ano. ;)
Nota: 4,5/5.
P.S.: Livro 9/20 do DesafioBook Jar 2016.
Trilogia:
O Rei do Inverno
O Inimigo de Deus
Excalibur
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