Editora: Valentina
Páginas: 248
Ano: 2013
Sinopse (Skoob):
“Fale sobre você...
Queremos saber o que tem a dizer.” Desde o primeiro
momento, quando começou a estudar no colégio Merryweather, Melinda sabia que
isso não passava de uma mentira deslavada, uma típica farsa encenada para os
calouros. Os poucos amigos que tinha, ela perdeu ou vai perder, acabou isolada
e jogada para escanteio. O que não é de admirar, afinal, a garota ligou para a
polícia, destruiu a tradicional festinha que os veteranos promovem para
comemorar a chegada das férias e, de quebra, mandou vários colegas para a
cadeia.
E agora ninguém mais
quer saber dela, nem ao menos lhe dirigem a palavra - insultos e deboches, sim
- ou lhe dedicam alguns minutos de atenção, com duvidosas exceções. Com o
passar dos dias, Melinda vai murchando como uma planta sem água e emudece. Está
tão só e tão fragilizada que não tem mais forças para reagir.
Finalmente encontra
abrigo nas aulas de arte, e será por meio de seu projeto artístico que tentará
retomar a vida e enfrentar seus demônios: o que, de fato, ocorreu naquela
maldita festa?
Fale! é um livro
atordoante, mas lindo! Desses que devem ser lidos por todos a partir dos 12
anos de idade, considerando que hoje em dia muitas crianças – sim, quem tem 12
anos ainda é criança – começam a namorar com essa idade ou até antes. (Onde a infância
foi parar?)
Os jovens devem ler para saberem e serem incentivados a não
se calar ao sofrerem agressões, sejam verbais ou físicas. Devemos lutar contra
o bulling, a agressão sexual, a
agressão física e o que mais nos fere. Mas para isso é preciso coragem e, as
vezes, o trauma é grande demais para conseguirmos falar sobre – é o que
acontece com Melinda, a protagonista do livro.
Melinda passa um ano sofrendo calada, sem que ninguém,
ninguém mesmo, saiba o que ela passou. Em casa, os pais só trabalham ou brigam
e não entendem porque a filha está calada, mas também não tentam descobrir o
motivo. Na escola, os demais alunos do primeiro ano do ensino médio – da mesma
idade e turma da Melinda – ignoram ou desprezam a garota porque ela chamou a
polícia durante uma festa de um dos veteranos nas férias, mas ninguém se
interessou em saber porque. E os professores, diretor e orientadores não
percebem que Melinda não está bem, para eles ela é apenas uma aluna calada. Tirando
o prof. Freeman.
É para agir como ou melhor que o prof. Freeman que adultos
deveriam ler Fale!. Ele é o único
que mostra mais interesse nos alunos e, como professor de arte, os incentiva a
se expressar. É a aula dele que Melinda mais gosta e mais se esforça para
cumprir as tarefas. O prof. Freeman não sabe o que aconteceu com ela, mas dá
para notar que ele percebe que ela não está bem e que ele quer ajuda-la,
escutá-la.
Fale! é um ano na
vida de Melinda. Um ano em que ela pouco fala, vai mal na escola, perde todos
os amigos ou quase, mas se redescobre, cresce e aprende a se defender e
a falar. Basta que alguém a escute.
Além da história de Melinda, há textos da própria autora
falando sobre a repercussão do livro e uma entrevista sobre como foi
escrevê-lo.
Eu vou emprestar o livro para as minha primas. Faço questão
que elas leiam e saibam que terão onde se apoiar caso (Deus nos livre e guarde!)
algo aconteça com elas. E também para que elas saibam que não devem se calar.
=)
Quero também assistir ao filme O silêncio de Melinda, que a
própria Laurie afirma que ficou bem fiel.
E só para não deixar de falar: a capa ficou lindíssima e tem
t-u-d-o a ver com a história. E o trabalho de edição está maravilhoso como
sempre. Valentina caprichou mais uma vez.
Nota: 5/5.
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