Algum de vocês já ouviu falar de um livro chamado Norwengian Wood? Ou de 1Q84? Ambos são obras famosas do aclamado Haruki Murakami, escritor japonês que tornou-se sensação da literatura pós-moderna internacional com suas obras de ficção, não-ficção, romance biográfico.
Murakami-sensei, que leu muito Dostoevsky e F. Scott Fitzgerald. Sério. |
Murakami tem um estilo muito peculiar de escrita que tende a gerar reações meio extremistas em quem se aventura em suas obras: ou você ama, ou você odeia. O autor tem uma cadência surrealista e niilista que se enquadra como uma luva tanto aos enredos exóticos que ele cria quanto ao fluxo de consciência dos personagens. A forma como escreve deve-se em grande parte à influência que ele recebeu da escrita moderna ocidental, o que faz com que ele se diferencie bastante dos outros escritores do Japão. Outra coisa marcante do estilo dele é o humor pontual e o sarcasmo que surge mesmo nas histórias mais sisudas.
O pouco que conheço desse escritor me deixou a distinta impressão de que Murakami é o que Clarice Lispector seria se resolvesse escrever coisas ainda mais estranhas do que escrevia - e se fosse um homem. Como já foi dito, ele usa do fluxo de consciência - marca registrada da obra de Lispector - para desenvolver as impressões dos personagens, e tem preferência por escrever no ponto de vista dos personagens, seja em primeira pessoa, seja em narrador-observador com ponto de vista limitado ao protagonista em questão. É um estilo instigante e apropriado aos enredos de Murakami, embora não agrade a todos os leitores.
Capa internacional de 1Q84, que é bonitona. |
As obras dele foram traduzidas ao Português por uma miríade de editoras aqui no Brasil: Alfaguara, Casa das Letras, Civilização Editora, Estação Liberdade, e algumas outras. Como não li as traduções brasileiras, só as americanas/inglesas, não tenho como avaliá-las, mas indico aos curiosos a leitura de 1Q84 como o primeiro contato com Murakami. O livro é interessante, dá um nó na sua cabeça e deixa o leitor ansioso para descobrir o que diabos está acontecendo; é considerado o magnus opus do rapaz.
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